quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O Adeus do Sr. Acontece

Soube ainda agora que faleceu ontem Carlos Pinto Coelho. Começo por dizer que embora nunca tenha falado pessoalmente com ele, sinto que perdemos alguém que conhecia razoavelmente bem, tantas as horas que passei em frente à TV a ver os seus programas, a seguir as suas sugestões de livros, filmes, exposições, etc.
Carlos Pinto Coelho era mais do que um simples jornalista. Do que fui percebendo ao longo dos anos, era acima de tudo um grande comunicador, dotado de uma enorme inteligência e de uma sensibilidade fora do comum. Recordo, como prova inequívoca da sua inteligência, o seu sentido de humor. Lembram-se da entrevista que Carlos Filinto Botelho (magistral imitação do próprio feita pelo Herman) fez ao Carlos Pinto Coelho?
Que descanse em paz!
E assim acontece!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Piercings e Tatuagens

Parece que o partido higiénico que nos quer governar vai proibir os piercings na língua e, para os menores de idade, em qualquer parte do corpo, estes ainda que devidamente autorizados pelos papás. Ah, ainda em relação a estes, também serão proibidas as tatuagens. Tudo a bem da "saúde pública".


Acho bem. Mas podemos ir muito mais além. No domínio de coisas tão intímas como o piercing na língua, porque não proibir também, a todas as idades, o felatio ou o cunnilingus, conhecidas fontes de transmissão de doenças? E o que dizer da sodomia? Proíbamos de vez o enrrabanço, que mais não é do que a origem de todos os males ... E já agora, obrigue - se o indígena a calçar uma luvinha desinfectada cada vez que tem necessidade de aliviar a bexiga. É que há por aí muito abuso, quando chega a hora de sacudir o animal. E se calhar, de caminho, como quem não quer a coisa, proibam - se os sonhos molhados e os sonhos libidinosos ...


Para terminar, acabemos de vez que com os políticos acéfalos!

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Dois pesos, várias medidas

Augusto Santos Silva, Ministro dos Assuntos Parlamentares, veio atacar Marques Mendes a propósito das declarações produzidas na festa do Chão da Lagoa. E fê-lo de forma certeira, denunciando a postura errática do ainda líder do PSD sobre Alberto João Jardim, merecedor de elogios e defesa acérrima quando razões de mera política partidária o exigem (como é agora o caso) e alvo de mui conveniente ignorância, quando o senhor abusa da asneira e dos dislates contra o "contenente" e os cubanos. Já tínhamos percebido que Marques Mendes foi à Madeira em busca dos votos dos militantes locais, que lhe permitam obter a sua vitória de Pirro nas Directas de Setembro, nem que para isso tivesse que dizer apenas e tão somente o que Alberto João quer. Se a tal facto juntarmos o grave desrespeito que o Governo Regional vem evidenciando pelo Estado de Direito Democrático, ao recusar-se a aplicar a lei que liberalizou o aborto, tanto pior para a credibilidade de alguém que diz aspirar a ser Primeiro - Ministro. Hélas!!!
Agora, quando Santos Silva diz que "(...) A democracia faz-se também e sobretudo da capacidade de dizer não, na capacidade de dizer não ao autoritarismo, a qualquer espécie de tentativa de controlo político-partidário sobre a administração pública, sobre a sociedade civil, sobre a comunicação social livre ou sobre a vida de cada um de nós (...)” parece que terá sofrido de um grave lapso de memória política. De que forma qualificaria o Senhor Ministro os já tristemente célebres casos do Prof. Charrua, do afastamento do Director de um Centro de Saúde no Minho, a nova legislação sobre a comunicação social e a mais recente vergonha das criancinhas figurantes, pagas pelo erário público para a encenação da Companhia de Teatro Político do Sr. Sócrates? Serão uma tentativa de controlo político partidário sobre a administração pública? Parece que sim, Senhor Ministro!
Lá está, o problema é que por vezes os políticos têm dois pesos e várias medidas!

Que título é este?

Fui inspirar-me no título do romance do escritor argentino Adolfo Bioy Casares que comprei na semana passada e espero começar a ler um destes dias. Que título é este? Não é seguramente uma intenção de fuga, deserção ou sequer um projecto de alheamento da realidade ou do local onde vivemos. Será exactamente o oposto, ou seja, uma tentativa de, partindo da realidade quotidiana e de tudo o que ela nos oferece - bom ou mau - vermos um pouco além, fixando e sublinhando aquilo que mais importa reter. Depois, será necessariamente uma tentativa de deixar em letra de forma as impressões do autor sobre os acontecimentos, livros, filmes ou os factos relativos a Portimão que mereçam um comentário, um reparo ou uma simples referência.